Patriarca de Constantinopla oficializa nova Igreja ucraniana independente de Moscou
Em outubro de 2018, o patriarcado da Constantinopla tomou a decisão de reconhecer uma Igreja Ortodoxa independente na Ucrânia.
Patriarca Bartolomeu assina decreto que confirma criação de uma Igreja ucraniana — Foto: Reuters
O patriarca Bartolomeu de Constantinopla assinou, neste sábado (5), em Istambul, o decreto que confirma formalmente a criação de uma Igreja ucraniana independente de Moscou.
"Queridos ucranianos, é um grande evento histórico! É um grande dia", declarou o patriarca, agradecendo ao presidente ucraniano Petro Poroshenko, que assistiu à cerimônia para assinar este decreto.
"Mais uma vez, palavras de grande gratidão em nome do povo ucraniano, em nome de nossa nação, por Sua Santidade", continuou Poroshenko. "Levamos muito tempo para chegar neste ponto".
O ex-presidente ucraniano Víctor Iuchenko também estava presente na cerimônia, cuja data coincidiu com a véspera do Domingo de Reis, uma das principais celebrações dos cristãos ortodoxos.
Em outubro de 2018, o patriarcado da Constantinopla tomou a histórica decisão de reconhecer uma Igreja Ortodoxa independente na Ucrânia. A decisão provocou a ira da Igreja russa, que denunciou uma cisão e rompeu seus laços com Constantinopla.
Com sede em Istambul - a antiga Constantinopla, capital do império bizantino antes da conquista otomana em 1453 - o patriarca da Constantinopla é considerado "o primeiro entre seus iguais" e exerce uma primazia histórica e espiritual sobre os outros patriarcas do mundo ortodoxo.
Em dezembro de 2018, um concílio que se reuniu em Kiev aprovou a criação de uma nova Igreja ortodoxa, dando fim a 332 anos de controle religioso russo sobre a Ucrânia e elegeu o metropolita Iepifani, nascido Serguei Dumenko, de 39 anos, como seu chefe.
As tensões religiosas são um novo episódio do divorcio político, cultural e social entre Kiev e Moscou desde a anexação da península ucraniana da Crimeia em 2014, e o início de um conflito armado entre o exército ucraniano e os separatistas pró-russos.
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